
Como lidar com seus medos e ansiedade (sem se perder neles)
29/08/2025“O coração dispara, tropeça, quase para”. Esses são versos da música Amei te Ver, do cantor Tiago Iorc, mas também poderiam ser a trilha sonora do transtorno de ansiedade — condição que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 9,3% da população brasileira. Isso faz do Brasil o segundo país com maior prevalência de transtornos de ansiedade no mundo, atrás apenas da Ucrânia.
Fonte: OMS World Mental Health Report 2022
Coração acelerado, sudorese, falta de ar, tensão muscular, insônia, pensamentos negativos automáticos e preocupação excessiva com o futuro são alguns dos sintomas que impactam significativamente a qualidade de vida de quem sofre com esse transtorno.
Apesar de ser um tema bastante falado atualmente, ainda é comum confundir ansiedade normal com o transtorno. Segundo a psicóloga e fundadora da Viva Desenvolvimento Humano, Marcia Ramires, sentir-se ansioso diante de situações importantes, como uma entrevista, uma viagem ou uma decisão difícil, é natural e faz parte do funcionamento humano.
“A ansiedade é uma emoção normal, que pode inclusive nos preparar e proteger. Mas ela se torna um problema quando passa a ser constante, desproporcional e interfere na forma como a pessoa vive, se relaciona e trabalha”, explica Marcia.
Quando a ansiedade se torna um transtorno
O transtorno de ansiedade vai muito além de um incômodo pontual. Ele pode surgir com um conjunto de sintomas físicos e psicológicos, afetando a rotina e o bem-estar. Em alguns casos, podem surgir crises intensas, com sintomas como falta de ar, sensação de sufocamento, taquicardia e pensamentos de catástrofe iminente.
“É importante observar a frequência e a intensidade com que esses sintomas aparecem. Se eles se tornam recorrentes e atrapalham a vida cotidiana, é hora de buscar ajuda profissional. Sentir o coração acelerado todos os dias ou evitar lugares por medo não é algo que deve ser normalizado”, alerta a psicóloga.
Transtornos como síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e fobias sociais também fazem parte do espectro da ansiedade. Em geral, surgem a partir de gatilhos emocionais, experiências traumáticas ou padrões de pensamento disfuncionais.
Como lidar com a ansiedade
A psicoterapia é um caminho eficaz e seguro para compreender os gatilhos, desenvolver estratégias de enfrentamento e construir uma nova relação com os próprios pensamentos e emoções.
“Ao identificar os gatilhos da ansiedade e trabalhar sobre eles com consciência, o paciente aprende a interpretar seus pensamentos de forma mais realista, a reconhecer seus limites e a encontrar formas mais saudáveis de lidar com o que sente”, explica Marcia.
Além do acompanhamento profissional, práticas como a respiração consciente, atividades que promovem a presença (como caminhadas ou hobbies prazerosos) e o autocuidado regular ajudam a manter a mente no presente, saindo do modo automático que intensifica a ansiedade.
Outro ponto essencial é observar os pensamentos que surgem diante das situações difíceis: nem sempre acreditar em tudo que a mente diz é o melhor caminho. Questionar pensamentos disfuncionais e olhar para formas diferentes para esses pensamentos, de forma mais equilibrada pode fazer uma grande diferença no dia a dia.
“Nem sempre você vai se sentir confiante ou calmo, e tudo bem. Em vez de tentar forçar uma positividade, o mais importante é reconhecer o que sente, acolher e escolher o que fazer com isso. Desenvolver essa consciência é parte do processo de transformação”, afirma Marcia.
Você não precisa enfrentar isso sozinho
Ansiedade não é frescura, e buscar ajuda não é sinal de fraqueza — é uma escolha consciente de cuidado. Se você sente que está sendo tomado por preocupações, medo constante, tensão e sofrimento emocional, considere iniciar seu processo de psicoterapia.
Na Viva, nossa equipe de psicólogas está preparada para te acolher e te ajudar a transformar a relação com a ansiedade, de forma ética, empática e personalizada.




