Quando a mente não desliga, o corpo (res)sente
setembro 13, 2019Emotivo ou racional? Como usar os pontos positivos de cada perfil para se dar bem no trabalho
setembro 13, 2019Ter um bom currículo, ser fluente em diversos idiomas e possuir competências técnicas. Nada disso basta se o profissional não souber controlar suas emoções no ambiente de trabalho. Cada vez mais, a inteligência emocional tem sido valorizada no mundo corporativo, afinal é ao se deparar com diversidade de personalidades e situações que as pessoas colocam em xeque seu equilíbrio.
Segundo a psicóloga, coach e fundadora da Viva Desenvolvimento Humano, Marcia Ramires, os sentimentos estão presentes em todos os momentos da vida, aparecem em qualquer lugar ou hora. E, se as pessoas passam a maior parte do dia trabalhando, o ambiente corporativo merece destaque.
“Com o autoconhecimento, você já está desenvolvendo um dos pilares da inteligência emocional, que é reconhecer as próprias emoções. Então para começar a reconhecê-las é necessário observar quando elas aparecem”, esclarece.
Por isso, ao se deparar com situações intempestivas no ambiente de trabalho, por exemplo, Marcia aconselha a fazer um mapeamento das emoções. “Experimente anotar por uma semana as circunstâncias e sentimentos que acompanham esse cenário estressante. Depois desse período, faça uma análise e veja os padrões estabelecidos. O próximo passo é gerar ações que ajudem a trabalhar o que sente”, explica.
Outra dica é reparar nos sinais do corpo e se questionar mais. “A respiração mais ofegante diz que algo não está certo, então pare para pensar e identifique o que está acontecendo, note a emoção para gerar uma ação coerente com o que você quer retransmitir. Agir por impulso não te ajudará”, pondera.
A importância do autocontrole
O autocontrole é a inteligência emocional em ação. Segundo a psicóloga, viver é saber lidar com as situações, ter o controle de si para impactar o meio em que vive para ter relacionamentos saudáveis. “Nada em excesso faz bem, por isso equilíbrio gera autocontrole e ele é muito importante para canalização do foco que você quer para sua vida, principalmente para ter sucesso”, afirma.
Autoconhecimento é o caminho
Conhecer-se é um processo longo e, muitas vezes, dolorido. “O que mais tenho identificado é que as pessoas sentem medo de acessar seus próprios medos e, por isso, se escondem atrás de ‘super-heróis’ que constroem para não acessar as emoções”, explica.
Por outro lado, esse comportamento tem seu preço. Sufocar os sentimentos faz com que o corpo e a mente enviem sinais, que podem levar ao desenvolvimento de doenças. “Se todos os anos fazemos checkup para acompanhar a saúde física, por que não fazer a mesma coisa para a saúde emocional? Temos que saber identificar esses indícios no nosso corpo para trabalhá-los”, diz.
A inteligência emocional vai muito além de saber que as emoções existem, para desenvolvê-la é preciso dedicação, constância, comprometimento consigo mesmo e com as pessoas. “O autoconhecimento é o trampolim para que isso aconteça. E pode ser alcançado através de terapia, coaching, hipnoterapia, palestras e workshops sobre o assunto”, ressalta.
Frustrar-se é inevitável
Passar pela vida sem acumular frustrações é praticamente impossível. Até porque é necessário passar por essas situações na vida para entender limites e saber lidar com adversidades. Vivenciar frustrações não é algo negativo, mas sim necessário para o aprendizado.
“Porém, temos que entender que o acúmulo de frustrações não faz bem. Resolver suas questões e entender a mensagem que ela traz é a grande dica. Não empurre para debaixo do tapete o que está causando frustração, encare a situação como algo necessário e que você ao tirar os aprendizados irá fazer diferente em uma próxima oportunidade”, completa.