Ter um bom currículo, ser fluente em diversos idiomas e possuir competências técnicas. Nada disso basta se o profissional não souber controlar suas emoções no ambiente de trabalho. Cada vez mais, a inteligência emocional tem sido valorizada no mundo corporativo, afinal é ao se deparar com diversidade de personalidades e situações que as pessoas colocam em xeque seu equilíbrio.

Segundo a psicóloga, coach e fundadora da Viva Desenvolvimento Humano, Marcia Ramires, os sentimentos estão presentes em todos os momentos da vida, aparecem em qualquer lugar ou hora. E, se as pessoas passam a maior parte do dia trabalhando, o ambiente corporativo merece destaque. 

“Com o autoconhecimento, você já está desenvolvendo um dos pilares da inteligência emocional, que é reconhecer as próprias emoções. Então para começar a reconhecê-las é necessário observar quando elas aparecem”, esclarece.

Por isso, ao se deparar com situações intempestivas no ambiente de trabalho, por exemplo, Marcia  aconselha a fazer um mapeamento das emoções. “Experimente anotar por uma semana as circunstâncias e sentimentos que acompanham esse cenário estressante. Depois desse período, faça uma análise e veja os padrões estabelecidos. O próximo passo é gerar ações que ajudem a trabalhar o que sente”, explica.

Outra dica é reparar nos sinais do corpo e se questionar mais. “A respiração mais ofegante diz que algo não está certo, então pare para pensar e identifique o que está acontecendo, note a emoção para gerar uma ação coerente com o que você quer retransmitir. Agir por impulso não te ajudará”, pondera.

A importância do autocontrole

O autocontrole é a inteligência emocional em ação. Segundo a psicóloga, viver é saber lidar com as situações, ter o controle de si para impactar o meio em que vive para ter relacionamentos saudáveis. “Nada em excesso faz bem, por isso equilíbrio gera autocontrole e ele é muito importante para canalização do foco que você quer para sua vida, principalmente para ter sucesso”, afirma.

Autoconhecimento é o caminho

Conhecer-se é um processo longo e, muitas vezes, dolorido. “O que mais tenho identificado é que as pessoas sentem medo de acessar seus próprios medos e, por isso, se escondem atrás de ‘super-heróis’ que constroem para não acessar as emoções”, explica.

Por outro lado, esse comportamento tem seu preço. Sufocar os sentimentos faz com que o corpo e a mente enviem sinais, que podem levar ao desenvolvimento de doenças. “Se todos os anos fazemos checkup para acompanhar a saúde física, por que não fazer a mesma coisa para a saúde emocional? Temos que saber identificar esses indícios no nosso corpo para trabalhá-los”, diz.

A inteligência emocional vai muito além de saber que as emoções existem, para desenvolvê-la é preciso dedicação, constância, comprometimento consigo mesmo e com as pessoas.  “O autoconhecimento é o trampolim para que isso aconteça. E pode ser alcançado através de terapia, coaching, hipnoterapia, palestras e workshops sobre o assunto”, ressalta.

Frustrar-se é inevitável

Passar pela vida sem acumular frustrações é praticamente impossível. Até porque é necessário passar por essas situações na vida para entender limites e saber lidar com adversidades. Vivenciar frustrações não é algo negativo, mas sim necessário para o aprendizado.

“Porém, temos que entender que o acúmulo de frustrações não faz bem. Resolver suas questões e entender a mensagem que ela traz é a grande dica. Não empurre para debaixo do tapete o que está causando frustração, encare a situação como algo necessário e que você ao tirar os aprendizados irá fazer diferente em uma próxima oportunidade”, completa.

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